domingo, 22 de junho de 2008

Tratamento do Mal de Alzheimer



Inibidores da colinesterase: Sua administração deve ser iniciada assim que a doença for diagnosticada, esses inibidores atuarão inibindo a enzima que degrada a acetil-colina causando aumento da quantidade desse neurotransmissor, porém esses remédios apenas controlam a sintomática e a doença em si continua avançando.



Antagonista de receptores do glutamato: Também usado para controlar a sintomática da doença de Alzheimer, esse antagonista age substituindo os receptores de glutamato na superfície celular do neurônio, quando o glutamato se liga a eles em vez dos receptores apropriados não acontece resposta celular alguma. Esse seqüestro do glutamato é benéfico, pois foi constatado que os neurônios de pacientes com Alzheimer morriam por alta nos níveis de cálcio, e o glutamato controla esses níveis promovendo a entrada de cálcio no neurônio. Até hoje existe apenas um medicamento aprovado pela FDA que exerce essa função: a memantina


Tratamento do Parkinson:

L-Dopa: principal medicação para evitar os sintomas do mal de Parkinson, a L-Dopa (levógiro dopa) é uma precursora da dopamina e ao ser ingerida é sintetizada e transformada em dopamina pelo corpo, infelizmente após algum tempo de uso sua ação vai se tornando cada vez mais ineficaz já que o corpo tende a se tornar cada vez mais tolerante ao medicamento.



Agonistas da dopamina: Diferentemente da L-Dopa não são sintetizados em dopamina, ao invés disso eles mimetizam a forma e a ação da mesma, porém não são tão eficazes quanto a própria dopamina. Seu uso é aconselhável para suprimir a sintomática nos momentos em que a L-Dopa não está fazendo efeito pela sua grande capacidade de permanecer no corpo.

Inibidores de Catecol O-Metiltransferase : usados em conjunto com a L-Dopa, impedem a degradação da mesma potenciando a ação do medicamento.


Postado por : Frank Venâncio

Referência:

http://www.webmd.com/alzheimers/tc/alzheimers-disease-treatment-overview?page=2

terça-feira, 10 de junho de 2008

Fotos do Grupo

Fotografias do grupo, logo depois da apresentaçao
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Fotos outros grupos da turma:
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BioBio 2008-1 - Apresentação dos Paineis

quarta-feira, 4 de junho de 2008

remedinhos X neurotóxicos: ação da pralidoxima

Oximas são compostos de fórmula genérica R1R2CNOH e podem ser formadas pela ação da hidroxilamina em aldeídos ou cetonas. As oximas destinam-se a combater o envenenamento por agentes de nervos, como o VX. Esses venenos agem inibindo a ação da acetilcolinesterase, enzima responsável pela degradação da acetilcolina, ao fosforilarem um resíduo de serina do sítio ativo daquela. O excesso de acetilcolina, por sua vez, provoca graves alterações fisiológicas, conforme demonstrado no artigo sobre neurotóxicos. As oximas atuam pela retirada do fosfato do sítio de catálise desta. Nessa reação, tanto a pralidoxima quanto o agente tóxico organofosforado são inativados.
O grande problema na contaminação por organofosforados consiste na lenta recuperação da ação da acetilcolinesterase naturalmente. Procurando um composto que reagisse nucleofilicamente com o fosfato contaminante do sítio ativo daquela enzima, achou-se satisfatório o desempenho da hidroxilamina in vitro. Entretanto, altas concentrações desse composto não são toleradas pelos seres vivos.
Assim, tendo conhecimento de um sítio aniônico da enzima situar-se a 7 nm do sítio esterásico da mesma, procurou-se sintetizar moléculas convenientes, que interagissem com o centro ativo da proteína de modo que a hidroxilamina fosse incorporada a uma estrutura com um átomo de hidrogênio quaternário do composto que ficasse em uma posição conveniente. Várias oximas foram testadas, entre elas, a pralidoxima.
Em concentrações acima da ótima, a pralidoxima, paradoxalmente, funciona como inibidor da acetilcolinesterase, tal como os venenos que ela combate. Entretanto, como a ligação acetilcolinesterase-pralidoxima é reversível, ao contrário dos organofosforados, este composto pode ter uma função protetora contra estes venenos. Esse efeito farmacológico é desprezível, contudo.
Quando usado concomitantemente com a atropina, os efeitos colaterais desta podem ser acentuados, especialmente quando a dose de atropina é grande e a administração de pralidoxima é retardada.
No caso de envenenamento por agentes de nervos em adultos, recomenda-se administrar 600 mg de pralidoxima intramuscular. A dose pode ser repetida 15 min após e, ainda , mais 15 min depois, caso seja necessário.

Postado por Bruno C. R. Amaral.
Bibliografia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Oxime
http://en.wikipedia.org/wiki/pralidoxime
http://www.drugs.com/cons/pralidoxime.html http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-50532006000500022&script=sci_arttext
http://allchemy.iq.usp.br/pub/metabolizando/ba57005d.doc
SILVA GONÇALVES, Darlan da [et alli].Molecular dynamics of the interaction of pralidoxime an deazapralidoxime with acetylcholinesterase inhibited by the neurotoxic agent tabun. Journal of the Brazilian Chemical Society. vol.17 no.5 São Paulo. Sep./Oct. 2006.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Antidepressivos e seus mecanismos de ação


Antidepressivos tradicionais

Os primeiros antidepressivos desenvolvidos foram os tricíclicos (ADTs) e os inibidores da enzima MAO(IMAO), descobertos por meio da observação clínica, atuam na tentativa de aumentar a quantidade de neurotransmissores e, por conseguinte, seus efeitos.

Tricíclicos

Estrutura química da Amitriptilina, um antidepressivo tricíclico

Os tricíclicos promovem o bloqueio da passagem de neurotransmissores (monoaminas – principalmente norepinefrina, dopamina e serotonina) para o neurônio pré-sináptico (recaptação); aumentando, assim, a disponibilidade desses neurotransmissores na fenda sináptica, o que potencializa seus efeitos e antagoniza os sintomas da depressão. Esse bloqueio pode ser reversível ou irreversível.

Mecanismo de ação do antidepressivo na sinapse dos três neurotransmissores citados

Esses antidepressivos são muito eficazes, contudo, induzem vários efeitos colaterais devido a sua inespecificidade, já que interagem também com os sistemas histaminérgico e colinérgico. Alguns exemplos desses antidepressivos são: imipramina, clomipramina e nortriptilina. Os ADTs também são utilizados no tratamento de bulemia nervosa e ulcera péptica.

Inibidores da enzima monoamina oxidase

As enzimas MAO estão presentes em vários sistemas do corpo, inclusive no sistema nervoso, quando se encontram dentro dos neurônios. Tem a função de degradar monoaminas, nesse caso, neurotransmissores (dopamina, norepinefria e serotonina).

Monoamina oxidase (MAO)

A inibição (reversível ou irreversível) dessa enzima aumenta o armazenamento de neurotransmissores, o que potencializa seus efeitos quando liberados na fenda sináptica. É exatamente isso que os antidepressivos inibidores da MAO fazem para diminuir os sintomas da depressão.

O efeito colateral mais evidente do IMAO é a hipertensão, visto que essa a inibição inespecífica dessa enzima promove a diminuição da taxa de degradação de aminas, e, consequentemente o aumento da concentração desse composto no plasma.Contudo, esse efeito colateral pode ser contornada pelo uso de IMAOs seletivos da IMAO - A ou B (os dois tipos de enzima monoamina oxidase) e que fazem ligações reversíveis.

Postado por Talyta Cortez Grippe

Referencias:

http://www.territorioscuola.com/wikipedia/pt.wikipedia.php?title=Antidepressiv o_tric%C3%ADclico

http://www.scielo.br/pdf/rbp/v21s1/v21s1a06.pdf

http://saude.hsw.uol.com.br/antidepressivos4.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Antidepressivo_inibidor_da_MAO

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Um pouquinho sobre depressão

A depressão pode ser fruto de diversas causas ou da misturas entre elas. A deficiência de neurotransmissores como a dopamina, noradrenalina e serotonina (responsáveis pelo: humor, sentimento de prazer e de satisfação) em casos depressivos pode ser fruto de sua baixa produção ou sua grande “degradação” (metabolização pelo organismo).

Os sintomas descritos são variados, como: alteração do apetite e sono, desanimo, falta de prazer na vida, pessimismo, sentimento de fracasso, lentidão, dificuldade de concentração e tristeza profunda.

Vale lembrar que a patologia depressão é diferente de estar triste ou chateado por alguma razão. A depressão é uma “doença do corpo todo”, e pode expressar-se de maneira distinta em cada pessoa, que podem compartilhar os mesmos sintomas ou não. Além disso, quem sofre de depressão não consegue se curar apenas com força de vontade ou atividades que proporcionem prazer, o que distingue a doença de uma simples infelicidade.

A depressão pode ser classificada com base em muitos critérios. Uma das classificações mais citadas separa a depressão típica do transtorno bipolar (momentos de depressão e excitação alternados – sintomatologia por vezes semelhante a da esquizofrenia). Outra classificação adotada mede a intensidade da depressão, que pode ser leve, moderada ou intensa.

Imagem que faz referencia aos sintomas do transtorno bipolar

Postado por Talyta Cortez Grippe

Referencias:

http://www.psicosite.com.br/tra/hum/bipolar.htm

http://gballone.sites.uol.com.br/voce/dep.html#1

http://enfermagematual.blogspot.com/feeds/posts/default

http://psiadolescentes.wordpress.com/depressao/

http://www.santalucia.com.br/neurologia/depressao/default-p.htm

Semelhanças histológicas entre parkinson e alzheimer

Mesmo que apresentem contrastes sintomáticos, ao se estudar a causa desses dois males começa-se a visualizar uma crescente semelhança entre sua causa e método de desenvolvimento. As duas são doenças que crescem exponencialmente em freqüência com o aumento da idade, tanto é que o Alzheimer algumas vezes é caracterizado por alguns autores como o processo de envelhecimento acelerado das células do encéfalo causando sua degeneração e pela impossibilidade do cérebro de compensar essa falta de células a fase sintomática se apresenta. O Parkinson apesar de não apresentar os mesmos sintomas do mal de Alzheimer é causado por condições semelhantes.

Imagem histopatológica de agregados da proteína beta-amilóide
observados no córtex cerebral de um paciente com a doença de Alzheimer.

Placas senis e Corpos de lewis

Presentes no alzheimer e parkinson respectivamente, são agregados de proteínas que podem ser vistos nas células remanescentes dos pacientes com a doença em estado avançado. As placas senis são agregados da proteína insolúvel beta-amilóide que é resultado da degeneração da proteína amilóide, não se sabe exatamente porque acontece essa degeneração mas já foram encontrados vários genes que estão relacionados com a degeneração anormal da amilóide, essa agregação também pode causar a má-formação dos microtúbulos neurais, conhecidos como novelos neurofibrilares essas formações anômalas estão profundamente associadas com o Alzheimer pela posterior morte neural causada por esses novelos. Já os corpos de Lewis presentes nos pacientes com Parkinson são agregados da proteína alfa-sinucleína, assim como no Alzheimer não se conhece a exata origem dessa concentração anormal de proteínas, mas alguns estudos apontam para a resposta neural a uma presença muito grande de substâncias tóxicas no organismo, que ao serem feitas solúveis pelos peroxissomos causam o aumento da concentração da proteína alfa-sinucleína que normalmente seria degradada pelo sistema ubiquitina-proteossomo, mas em concentrações muito elevadas acabam sendo depositadas nos neurônios causando por motivos não explicados ainda a deficiência no sistema de autofagia dos neurônios, e impossibilitados de realizar a renovação celular os neurônios são incapazes de sobreviver.

Sintomática

Apesar dos agregados protéicos presentes nos dois males causarem o mesmo resultado, a sintomática é muito diversa, o que é causado pela diferença entre os neurônios afetados pela agregação. No Alzheimer existe uma prevalência na degradação de neurônios relacionados a produção de acetilcolina, que é um neurotransmissor relacionado com as faculdades cognitivas superiores e sua insuficiência resulta na incapacidade de comunicação e deficiência na memória de curto e longo prazo presente no Alzheimer. Já no Parkinson a disfunção neural acontece nos neurônios da região da substância negra em que predomina a produção de dopamina. Este neurotransmissor age estimulando tanto os movimentos desejados quanto estimulando a inibição dos indesejados, ou seja a sua ação está relacionada principalmente com movimentos precisos em que precisa-se contrair certos músculos e relaxar outros em quantidades bem definidas. A deficiência de dopamina causa os tremores e dificuldades de mobilidade presentes nos pacientes com Parkinson.

Postado por: Frank Venâncio

Referência: http://www.alzheimermed.com.br/m3.asp?cod_pagina=1014
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mal_de_Alzheimer
http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/efe/2008/01/03/ult4429u1425.jhtm
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/biologia/bio07a.htm

Esquizofrenia – Hipótese serotonérgica

A teoria serotonérgica tem pouco embasamento, e por isso, é pouco comentada quando se fala de esquizofrenia. Um argumento utilizado para comprová-la é que o uso de drogas antagônicas a dopamina, porém agonistas dos receptores serotonérgicos pós-sinápticos (como o LSD, que mimetiza os efeitos da serotonia) provoca sensações similares a alguns sintomas da esquizofrenia.

Fórmula estrutural da serotonina(5-hidroxitriptamina /5-HT)

Fórmula estrutural do LSD (Dietilamida do ácido lisérgico)

Além disso, o uso de antipsicóticos ( que em alguns casos reduz os sintomas da esquizofrenia) promove a ocupação de receptores serotonérgicos (5-HT2A), contudo, os antipsicóticos tem muito mais afinidade pelos receptores dopaminérgicos. Assim, percebe-se que essa hipótese para a causa da esquizofrenia precisa ser mais explorada para se tornar notória.

Postado por Talyta Cortez Grippe

Referencias:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832007000800010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/abuse09.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Serotonina

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lsd

domingo, 25 de maio de 2008

Esquizofrenia - Hipótese glutamatérgica


-Sistema glutamatérgico

O sistema glutamatérgico é amplamente distribuído pelo sistema nervoso central e seu principal neurotransmissor é o glutamato, esse sistema é responsável por memória e aprendizado (funções cognitivas). Possui dois tipos de receptores: os metabotrópicos e os ionotrópicos.O primeiro age por meio de mensageiros secundários, ativados pela proteína C; já o segundo age por meio do fluxo de íons (Na+ e K+) e é divido em receptores não-NMDA e receptores NMDA.

Os receptores NMDA são formados por duas subunidades, que possuem isômeros, assim, a combinação dos isômeros produz receptores com especificidades diferentes. No caso do receptor que tem afinidade por glutamato, o mecanismo pode ser explicado assim:

Quando o receptor está em repouso, íons de Mg2+ ficam ligados a um sítio dentro do canal iônico e impede o influxo de Ca2+. O canal só é ativado quando 3 fatores ocorrem simultaneamente:

1) ligação do neurotransmissor glutamato;

2) ligação de glicina (co-agonista obrigatório);

3) despolarização da membrana pós-sináptica.

Estes 3 fatores provocam uma mudança na conformação alostérica do receptor diminuindo a afinidade pelo Mg2+ que é deslocado, permitindo assim o fluxo de íons através do canal iônico. A ativação dos receptores NMDA é voltagem dependente e ocorre através de receptores AMPA que estão localizados ao lado de receptores NMDA. Quando ativados, os receptores NMDA agem no sentido de aumentar ainda mais a despolarização iniciada pelos receptores AMPA. “1

Além de fortalecer as conexões entre neurônios, os receptores NMDA amplificam os impulsos neurais, de forma bastante semelhante aos transistores de rádios antigos, que transformavam sinais fracos de rádio em som potente. Ao amplificarem seletivamente estímulos neurais importantes, esses receptores ajudam o cérebro a responder a algumas mensagens e ignorar outras, facilitando o foco mental e a atenção. De modo geral, as pessoas respondem mais intensamente a sons de freqüência inconstante que constante. 2

-Sistema glutamatérgico e Esquizofrenia

Existem algumas drogas antagonistas do receptor NMDA, como o PCP (popularmente pó de anjo), que interagem o sistema glutamatérgico, de modo a promover o bloqueio do receptor NMDA, o que muitas vezes induz sintomas muito parecidos com os sintomas esquizofrênicos (positivos, negativos e cognitivos). Assim, pode-se relacionar esse sistema a esquizofrenia.

*Uma informação importante é que os antagonistas do MNDA não induzem sintomas psicóticos em crianças, o que explicaria a grande incidência de esquizofrênicos adultos, sugerindo que esses sintomas só ocorrem após uma maturação do sistema nervoso central.

-Novas perspectivas de tratamento

A causa da hipofunção dos receptores NMDA nos esquizofrênicos ainda não foi esclarecida, contudo tratamentos já estão sendo desenvolvidos para saná-la. A primeira hipótese é o uso de agonistas do receptor NMDA, como a glicina. Contudo, especula-se que a dosagem deveria ser muito alta para que os sintomas fossem aliviados, assim, já se investiga também a possibilidade de impedir a degradação de glicina no organismo, a fim de que o aumento de sua quantidade no corpo aumente a funcionalidade do receptor NMDA.

-Glutamato X Dopamina

O receptor NMDA participa da regulação de dopamina, e alterações no sistema glutamatérgico do córtex pré-frontal estão associadas às alterações do sistema dopaminérgico, gerando as mesmas disfunções observadas em crises de esquizofrenia, o que sugere a integração desses dois sistemas (glutamatérgico como primário e dopaminérgico como secundário) na expressão dos sintomas da esquizofrenia.

Postado por Talyta Cortez Grippe

Citações:

1http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462003000300011&lng=in&nrm=iso&tlng=in

2http://scotty.ffclrp.usp.br/periodicos/scientific%20american/Decifrando%20a%20esquizofrenia.htm

Outras referências:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832007000800010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt


Esquizofrenia - Hipótese dopaminérgica e antipsicóticos

Existem três hipóteses bioquímicas que explicam a esquizofrenia, mas para abordá-las é preciso mencionar os antipsicóticos (classe de medicamento utilizada para tratar esse distúrbio) e seus mecanismos de ação.

Cronologicamente, a primeira hipótese a aparecer na literatura científica foi a dopaminérgica, que se apoia em várias evidencias. Uma delas é que o uso psicoestimulantes, que induzem a um aumento da liberação de dopamina (como a anfetamina), provoca quadros psicóticos (efeito semelhante ao sintoma positivo da esquizofrenia). Outra evidencia é o fato dos antipsicóticos utilizados para o tratamento da doença bloquearem os receptores dopaminérgicos.

Os corpos dos neurônios que sintetizam dopamina estão localizados em três regiões no cérebro, um núcleo do estriado ventral chamado acúmbens, o lobo pré-frontal do córtex cerebral e o estriado dorsal (sistema extra-piramidal). Existem cinco receptores de dopamina D1 ao D5, todos estão acoplados a proteína G, O D1 e o D5 ativam a adenilato ciclase, enquanto o D2, 3 e 4 inibem a adenilato ciclase.

Segundo a teoria dopaminérgica, a alta taxa de dopamina nos receptores D2 do núcleo acúmbens cerebral seria responsável pelos sintomas positivos desencadeada por uma hipofunção de dopamina nos receptores do córtex pré-frontal, que seria a causa dos sintomas negativos.

Os antipsicóticos atuam bloqueando os receptores D2 e podem ser divididos em duas classes: típicos e atípicos. Os típicos (“neurolépticos”) antagonizam a via do sistema extra piramidal, e induzem efeitos colaterais chamados extrapiramidais (alterações motoras como bradicinesia e acatisia, que constituem a “síndrome Parkinsoniana”); enquanto os atípicos não geram esse problemas, pois, acredita-se que sua ligação ao receptor D2 seja dissociada mais facilmente do que a ligação da dopamamina, o que impediria a “falta” desse neurotransmissor no sistema extrapiramidal.

Mecanismo de ação do psicofármaco atuando no sistema dopaminérgico

Um argumento que enfraquece a teoria dopaminérgica, apesar dela ser a mais aceita atualmente, é o fato de somente os sintomas positivos serem induzidos por anfetaminas ou aliviados pelo uso de antipsicóticos, o que deixa uma lacuna em relação aos sintomas negativos e deficit cognitivo também encontrado na sintomatologia de esquizofrênicos.



Postado por Talyta Cortez Grippe

Para referencias consulte:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000100012%094

http://66.102.1.104/scholar?hl=pt-BR&lr=&q=cache:SAn9wlpjNAsJ:www.fmrp.usp.br/revista/2007/vol40n1/rev_mecanismos_acao_antipsicoticos.pdf+Atualmente,+s%C3%A3o+conhecidos+diversos+receptores+de+dopamina,+todos+eles+acoplados+a+uma+prote%C3%ADna+G,+sendo+eles

http://scotty.ffclrp.usp.br/periodicos/scientific%20american/Decifrando%20a%20esquizofrenia.htm

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462001000500014&script=sci_arttext&tlng=en

Um pouquinho sobre Esquizofrenia

Esquizofrenia


O MUNDO INTERIOR dos esquizofrênicos é frequentemente confuso, pontuado por vozes estranhas, paranóia e pensamentos ilógicos - imagem retirada do periódico Scientific american Brasil edição nº 21


A palavra esquizofrenia significa mente dividida (esquizo = cisão, frenia = mente) e foi utilizada pela primeira vez por um psiquiatra suíço, em 1911. O uso desse termo pelo psiquiatra Eugem Bleuler fazia referencia a sensação de haver outra pessoa no corpo do esquizofrênico

Essa doença possui sintomas positivos, os mais conhecidos, que se caracterizam por: alucinações, agitação anormal do indivíduo, idéia delirantes, pensamentos irreais. Existem também os sintomas negativos, que nem sempre estão presentes, caracterizam-se por apatia, isolamento social e falta de iniciativa. Outra sintomatologia que pode se manifestar são déficits cognitivos (problemas com atenção, concentração, certos tipos de memória e funções de execução que nos permite planejar e organizar).


A esquizofrenia geralmente ocorre na a partir da adolescência (15 a 25 anos) e afeta aproximadamente 1% da população. Os esquizofrênicos podem ser classificados em 5 subtipos (Paranóide, Desorganizado, Catatônico, Indiferenciado e Residual), contudo, essa caracterização é incompleta, pois, nem sempre pode-se classificar um portador da doença entre esses 5 subtipos.

As causas apontadas para a esquizofrenia são diversas e amplamente baseadas em teses e teorias. A teoria bioquímica propõe disfunções envolvendo, principalmente, alguns neurotransmissores (dopamina, glutamato e serotonina) e seus mecanismos de ação. Além dessas hipóteses, os cientistas busacam a causa da esquizofrenia na herditariedade e mutações genéticas, contudo essa pesquisa é recente e ainda está sendo fundamentada.


Publicada por Talyta Cortez Grippe
Para referencias consulte:

http://www.copacabanarunners.net/esquizofrenia-2.html

http://www.neurociencias.org.br/Display.php?Area=Textos&Texto=Esquizofrenia

http://www.proesq.cepp.org.br/o_que3.htm

http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=8911

Novidades no tratamento de alzheimer

Site com sinopses das técnicas em desenvolvimento para o tratamento de alzheimer:
http://www.neurociencias.org.br/Display.php?Area=Noticias&Action=Read&ID=46

A cafeína

Extraída de diversas plantas, principalmente do café. Encontrada em muitos alimentos, refrigerantes e chás, a cafeína é a substância psicoativa mais consumida no mundo. É apreciada por sua capacidade de reduzir o sono e aumentar a concentração, sendo consumida por pouco mais de 90% dos brasileiros.
A cafeína atua no sistema nervoso central devido à semelhança de sua estrutura química à do neurotransmissor adenosina, que desencadeia desestimulação ao se ligar aos receptores dessa substância no neurônio. A cafeína então, compete pelos receptores da adenosina e impede que eles desencadeiem seus efeitos desestimulantes, deixando o indivíduo desperto.
A cafeína tambem pode gerar dependência no indivíduo. Apresenta características em comum com outras substâncias adictivas, como a geração de tolerância e a síndrome de abstinência que reforça ainda mais o vício. Entre as doenças psiquiatricas conhecidas esta registrado o cafeinismo,
condição em que o indivíduo consome entre 600-750 mg de café (comparado com no máximo 300 de uma dosagem moderada). Em doses altas, o café pode gerar insonia cronica, irritabilidade, confusão, desorientação, paranóia, delírio, alucinações visuais e auditivas e vômito, entre outras coisas. O cafeinismo pode tambem precipitar ou exarcebar psicoses.

--Postado por: Hermann Friedrich

Reabilitação e o trato de alzheimer

No caso de uma doença degenerativa e incurável como a de Alzheimer, pode não se ver um sentido em terapias de reabilitação, mesmo porque o avanço da doença traz um destino inevitável em relativamente pouco tempo. Porém sabe-se que com a terapia podemos, se não evitar, ao menos desacelerar o avanço da debilitação física e decorrente debilitação social do paciente. Hoje em dia, sabe-se que existem pacientes com Alzheimer que sobreviveram até 20 anos desde a manifestação desse mal, o que contrasta com os 5 anos esperados da média; portanto, existe um sentido real em se reabilitar esses pacientes na medida do possível.

A reabilitação pode ser dividida em :

Terapia de orientação para a realidade

A terapia visa o impedimento da degradação intelectual do paciente. Recomenda-se que ela seja feita com o auxílio de recursos áudio-visuais e em grupo para exercitar a integração social, uma capacidade que vai se degradando cada vez mais com o avanço do Alzheimer.

Terapia Física

Nos problemas de saúde com relação à demência, é muito comum a degradação física, que chega ao extremo da atrofia, principalmente no caso de Alzheimer, em que o paciente tem uma tendência a prostração com o avanço da doença; por isso, a fisioterapia se mostra importantíssima para evitar essa incapacitação.


Terapia Ocupacional

Nesta terapia, objetiva-se a adaptação do paciente ao seu novo estado, por meio da utilização de novas atividades que ponderem o estilo de vida levado anteriormente pelo paciente e a sua nova condição; esta terapia busca a recuperação da auto-estima e do reconhecimento da pessoa que normalmente são perdidos, o que gera a "tombstone syndrome", em que o paciente é tratado por seus familiares não mais como um membro da família, e sim uma pessoa em estado de espera para o falecimento.

Fonoaudiologia

A fonoaudiologia mostra sua utilidade não somente em casos de demência, mas também no trato de pessoas idosas em geral. Com a idade avançada, são constantes as dificuldades com audição, deglutição e fala; no caso das demências, essas perdas são ainda mais acentuadas, evidenciando a necessidade desta terapia.

--Postado por Frank Venâncio

Referência: http://www.alzheimermed.com.br/m3.asp?cod_pagina=1032

sábado, 24 de maio de 2008

Alguns dados sobre os neurotransmissores discutidos

Aqui estão algumas informações sobre os neurotransmissores apresentadas no dia 28, para posterior estudo:

Acetilcolina:
- É um éster sintetizado pela enzima colina acetiltransferase a partir dos compostos Colina e o grupo acetil da Acetil-CoA.
- É degradada pela enzima acetilcolinesterase; a inibição desta por neurotóxicos como o gás Sarin leva a uma constante ativação de músculos, glândulas e do SNC. Geralmente, indivíduos que têm esta enzima inibida morrem por sufocação, pois não conseguem relaxar seu diafragma para expirar.
- É muito importante no SNP (Sistema Nervoso Periférico): É o único neurotransmissor do Sistema Nervoso Somático (movimentação de músculos esqueléticos) e um dos principais do Sistema Nervoso Autônomo (músculos lisos, músculos cardíacos e glândulas).
- Atua como Neuromodulador* no Sistema Nervoso Central, formando o Sistema Colinérgico de neurotransmissores e atuando na plasticidade sináptica**, estando envolvida com o aprendizado e a memória de curto prazo.
- Atua também na excitação sexual e sensações de recompensamento.

Epinefrina:
- Também conhecida como adrenalina.
- É uma catecolamina.
- É sintetizada a partir da norepinefrina, pela enzima Feniletanolamina N-Metiltransferase.
- É também um hormônio, atuando na resposta de fuga-ou-luta.
- Atua sobre a atenção e a concentração mental.

- Não apresenta efeitos psicoativos, mas é liberada em situações de estresse ou excitação sexual.

- Síntese sob controle exclusivo do SNC, submetida a vários níveis de regulação, como ao hormônio adrenocorticotrófico(ACTH).

- Seu efeito supressor sobre o sistema imune permite sua utilização no tratamento de Anafilaxia.

- Pode ser usada no tratamento de parada cardiorrespiratória ou outras disritmias cardíacas, mas leva a um aumento de irritabilidade cardíaca.


Serotonina:
- Também conhecida como 5-HT.
- É sintetizada pelo aminoácido triptofano, por uma via metabólica de 2 etapas, catalisada pelas enzimas Triptofano hidroxilase e Aminoácido Descarboxilase.
- Modula raiva, agressão, temperatura corporal, temperamento, sonolência, sexualidade e apetite.
- Estimula refluxo gastroesofágico (vômito).
- Pode desempenhar importante papel como mitógeno (estimula divisão de células somáticas) e na regeneração hepática.
- Drogas como o ecstasy atuam liberando a serotonina das vesículas sinápticas. Anti-depressivos também atuam com um propósito semelhante: inibem a reabsorção de serotonina, fazendo-a ficar na sinapse por mais tempo.
- Como um neuromodulador, cria o Sistema Serotoninérgico, responsável por efeitos como aumento de introversão, saciedade, e diminuição de sensações de dor.
- Excesso de serotonina pode causar a síndrome serotoninérgica, caracterizada por sintomas como febre, tremores, confusão, halucinações, cefaléia, hipertensão, taquicardia, náusea, diarréia, entre outros. Percebe-se claramente que tal intoxicação é facilmente fatal; por sorte, é bastante rara, ocorrendo apenas em situações de mistura de drogas antidepressivos com drogas recreacionais como ecstasy, ou uso excessivo destas.

GABA:
- A sigla equivale a Gamma-aminobutyric acid, ou Ácido gama-aminobutírico.
- Apesar de ser um aminoácido, não é encontrado em proteínas.
- É sintetizado a partir de glutamato (pela enzima glutamato descarboxilase), o que é interessante pois há uma inversão de papéis: enquanto o GABA é inibitório, o glutamato é excitatório.
- Não há presença significativa de GABA fora do sistema nervoso em mamíferos.
- É o principal neurotransmissor inibitório do SNC.
- Regula também o tônus muscular (prevenindo hipertonia) e exerce outras funções.
- Drogas que atuam como seus agonistas (ou seja, estimulam sua liberação ou se ligam a seus receptores) têm efeitos que são, tipicamente, de relaxamento, diminuição de ansiedade e cessamento de convulsões. São capazes de causar amnésia retrógada (perda da memória anterior ao seu uso) ou anterógrada (perda de memória posterior ao seu uso). Entre elas estão o Etanol, os barbitúricos e as benzodiazepinas.

Glutamato:
- É um aminoácido que, ao contrário do GABA, é utilizado na síntese protéica.
- É o neurotransmissor excitatório mais abundante no sistema nervoso de mamíferos.
- É um precursor do
α-cetoglutarato, composto fundamental na respiração aeróbica (intermediário do ciclo de Krebs).
- Em condições normais, os neurônios e as células da glia apresentam transportadores de glutamato que rapidamente o removem do espaço extracelular. No entanto, em lesões do cérebro, sua atuação é invertida, e o acúmulo de glutamato leva a um transporte acelerado de cálcio para o interior celular, causando dano às mitocôndrias, transcrição de genes apoptóticos e morte celular, em um processo conhecido como excitotoxicidade.
- A excitotoxicidade está associada ao Acidente Vascular Cerebral, ao autismo, ao mal de Alzheimer e a algumas formas de retardo mental.
- Devido a seu papel na alteração da plasticidade sináptica, acredita-se que participe no aprendizado e na memória.




Norepinefrina:

- Também conhecida como Noradrenalina.

- Assim como a epinefrina, é uma catecolamina.

- Sintetizada a partir de dopamina, pela enzima dopamina β-hidroxilase.

- Como um hormônio do estresse, atua sobre regiões do cérebro em que atenção e ações de resposta são controladas.

- Participa conjuntamente com a epinefrina no controle da resposta de fuga-ou-luta, estimulando os receptores adrenérgicos.



Dopamina:
- Sintetizada a partir de tirosina, por uma via metabólica de 2 etapas catalisada pelas enzimas Tirosina Hidroxilase (converte tirosina a Dopa) e Dopa Descarboxilase.
- Também atua como neurohormônio, inibindo a liberação de prolactina.
- Como neuromodulador, forma o sistema Dopaminérgico, relacionado ao controle da náusea, do sistema endócrino e do raciocínio.
- Dopamina é secretada em grande quantidade quando uma recompensa inesperada é obtida, podendo, assim, estar associada à aquisição de novos comportamentos.
- Drogas que reduzem sua atividade diminuem a motivação e o prazer e são usadas como antipsicóticos.
- Está intimamente relacionada à socialização: pessoas com deficiência no receptor dopaminérgico D2 apresentam ansiedade social.
- Devido a sua relação com o sistema de prazer do cérebro, está associada à motivação para o vício (devido à criação da expectativa de uma grande recompensa que nem sempre pode ser obtida).



*Neuromodulação: é um processo de atuação de neurotransmissores diferente da comunicação sináptica entre neurônios individuais; na neuromodulação, um neurotransmissor permanece um tempo significativo no fluido cérebroespinal sem ser degenerado ou reabsorvido, influenciando ou modulando a atividade geral do cérebro e não apenas contribuindo para a passagem de potenciais de ação (ou sua inibição) entre 2 neurônios individuais. O(s) neurotransmissor(es) que atua(m) em conjunto para um mesmo fim são agrupados em conjuntos denominados Sistemas de Neurotransmissores.

** Plasticidade sináptica é a alteração da força de uma sinapse por um neurotransmissor ou conjunto deles, seja ela temporária, podendo durar de segundos a minutos, ou permanente. A força de uma sinapse determina o quanto ela é capaz de inibir ou estimular o neurônio pós-sináptico a partir de um estímulo do neurônio pré-sináptico.

Como referência:
http://en.wikipedia.org/wiki/Dopamine
http://en.wikipedia.org/wiki/Epinephrine
http://en.wikipedia.org/wiki/Norepinephrine
http://en.wikipedia.org/wiki/Glutamate
http://en.wikipedia.org/wiki/Serotonin
http://en.wikipedia.org/wiki/Acetylcholine
http://en.wikipedia.org/wiki/GABA
http://en.wikipedia.org/wiki/Neurotransmitter_system

--Postado por: Victor Souto

Neurotransmissores e TDAH

Artigo

Neste artigo, comenta-se sobre a relação entre neurotransmissores e o TDAH, ou Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Cabe ressaltar o seguinte trecho:

"(...) Entretanto, como em todas as actividades funcionais do cérebro (encéfalo), também durante as manifestações emocionais e do comportamento do indivíduo, a transmissão do estímulo nervoso de um neurónio para outro é realizada com a participação de substâncias neurotransmissoras. Poder-se-ia cogitar que nos casos de TDAH o equilíbrio entre neurotransmissores inibidores e excitadores estaria modificado.

Ainda podemos cogitar que existe uma diferença entre esse equilíbrio estar ocorrendo por uma alteração primária nas concentrações das catecolaminas, ou ser uma consequência do somatório das vivências emocionais que deixa um aprendizado que corresponde ao objecto de experiência e a um tipo particular de actividade neural do cérebro da criança vinculado a essa vivência.

Isto é, no primeiro caso estaria ocorrendo uma redução na concentração desses neurotransmissores na fenda sináptica, devido a algum defeito no sistema nervoso (malformação, lesão). Já na Segunda eventualidade, as alterações na concentração dos neurotransmissores seriam decorrentes das modificações neuroquímicas consequentes a dinâmica emocional de cada criança."


--Postado por: Victor Souto

Fibromilagia e sua relação com neurotransmissores

Artigo

Neste artigo, podemos perceber a importância da manutenção dos níveis normais neurotransmissores no organismo: neste caso, uma disfunção leva a uma síndrome dolorosa crônica conhecida como fibromialgia, sem que haja qualquer outra alteração no organismo (ou seja, não há infecções, distrofias, degenerações, mas há dor):

“(...) Aceita-se um modelo de fisiopatologia que integra muitas das idéias publicadas e que sugere que o distúrbio primário na fibromialgia seria uma alteração em algum mecanismo central de controle da dor, o qual poderia resultar de uma disfunção de neurotransmissores. Tal disfunção neuro-hormonal incluiria uma deficiência de neurotransmissores inibitórios em níveis espinhais ou supra-espinhais (serotonina, encefalina, norepinefrina e outros), ou uma hiperatividade de neurotransmissores excitatórios (substância P, glutamato, bradicinina e outros peptídeos), ou ainda ambas as condições poderiam estar presentes. A deficiência de serotonina, um neuro-hormônio inibitório da dor, pode contribuir para anomalias do sono, depressão e amplificação da dor. A liberação de substância P, um neuro-hormônio excitatório, é influenciada pela deficiência de serotonina, seja no SNC, seja no sistema nervoso periférico e pode causar um aumento na percepção da dor. (...)”


-- Postado por: Victor Souto

Uma relembrança - Como funcionam o impulso nervoso e os neurotransmissores?

Por definição, neurotransmissores são aquelas substâncias capazes de repassar, amplificar e modular sinais entre um neurônio e uma outra célula (como uma célula muscular ou mesmo outro neurônio).

Para realizar essas tarefas, os neurotransmissores são passados de um neurônio a uma outra célula por meio de espaços físicos que os conectam, determinados Sinapses. Analisando a atuação dos neurotransmissores de um neurônio sobre o outro, podemos perceber que sua principal função é a de estimular ou inibir novos potenciais de ação no neurônio pós-sináptico (ou seja, o neurônio que recebe os neurotransmissores).

Para recordar: um potencial de ação (podendo também ser chamado de impulso nervoso) provocado no axônio de um neurônio é muito semelhante a uma corrente elétrica percorrendo um fio: o neurônio passa de um estado polarizado para um estado despolarizado. Diz-se que o axônio está polarizado quando a face interna (citossólica) de sua membrana plasmática apresenta um potencial elétrico bem inferior ao da face externa, ou seja, a face interna apresenta carga elétrica negativa em relação à face externa. Quando o neurônio é devidamente estimulado, ocorre uma despolarização do axônio; ou seja, sua face interna passa a apresentar potencial elétrico maior que a face externa.

O potencial de ação ocorre em 3 fases a partir do estímulo: fase ascendente, fase descendente e hiperpolarização, acompanhadas também por um período refratório.

A fase ascendente é caracterizada pela abertura de canais de sódio e de potássio no local do estímulo, permitindo uma corrente de íons Sódio para dentro da célula e uma de íons Potássio para fora da célula. Como a corrente de sódio, quando o axônio é propriamente estimulado, é muito maior que a de potássio, a face interna da membrana fica mais positivamente carregada que a externa. Logo, a diferença de potencial entre as faces atinge um pico (acentuadamente positivo se comparado ao potencial de descanso da membrana), em que a corrente elétrica resultante é de zero.

Esse pico é rapidamente sucedido por uma fase descendente, em que os canais de sódio tendem a se fechar e os canais de potássio a se abrir em número ainda maior. Isso causa um fluxo de potássio para fora do axônio, trazendo o potencial de membrana novamente para baixo.

Ao retornar para seu potencial de descanso, os canais de potássio da membrana não fecham imediatamente; isso leva a célula a atingir uma d.d.p ainda mais negativa que o habitual, fase conhecida como hiperpolarização. Com o restabelecimento do número habitual de canais de sódio/potássio abertos e com o funcionamento da bomba de sódio/potássio, o potencial de membrana é restabelecido.

Durante a ocorrência do potencial de ação, há o chamado período refratório, em que o trecho de axônio afetado é incapaz ou tem dificuldades em iniciar um novo potencial de ação. Ele pode ser absoluto (ou seja, é impossível iniciar um novo potencial de ação; corresponde às fases ascendente, descendente) ou relativo (ou seja, é possível iniciar um novo potencial de ação com um estímulo muito mais acentuado que o habitual; corresponde à fase de hiperpolarização).

Ao atingir a sinapse, o potencial de ação estimula um influxo de íons cálcio para o interior da terminação do neurônio pré-sináptico, provocando uma secreção celular incomumente rápida: vesículas pré-armazenadas na terminação do axônio pré-sináptico são rapidamente liberadas para o meio extracelular da sinapse (fenda sináptica), onde liberam seu conteúdo (neurotransmissores), que por sua vez migram para receptores específicos no neurôno pós-sináptico.

Dependendo da atuação do neurotransmissor, pode tanto ocorrer uma excitação do neurônio pós-sináptico (ou seja, é despolarizado, gerando um novo potencial de ação) ou sua inibição (ou seja, é hiperpolarizado, inibindo novos potenciais de ação). Essa excitação/inibição depende não apenas do neurotransmissor, mas também do tipo de receptor que apresenta. Por exemplo, a acetilcolina é excitatória (estimula movimento) dos músculos estriados esqueléticos, mas inibitória dos músculos estriados cardíacos e músculos lisos.

Os neurotransmissores liberados são logo reabsorvidos ou degradados (sendo esta a via mais comum de sua eliminação da sinapse). Isto é evidentemente necessário; caso não ocorresse, sua atuação não cessaria, o que é justamente a ação de algumas drogas ou venenos. Por exemplo, a acetilcolina é degradada pela acetilcolinesterase; drogas que a inibem levam a contrações de músculos esqueléticos incessantemente, provocando espasmos e outros efeitos.

Para referência:
http://en.wikipedia.org/wiki/Action_potential
http://en.wikipedia.org/wiki/Neurotransmitter
http://en.wikipedia.org/wiki/Chemical_synapse

--Postado por: Victor Souto

Neurotóxicos Organofosforados: agentes de nervos

Os organofosforados foram desenvolvidos a partir das pesquisas por novos inseticidas de Gerhard Schrader, em 1936. Tais trabalhos levaram à criação de compostos mais potentes, os gases nervosos, utilizados como armas químicas.


Esses fosfatos orgânicos atuam por fosforilação de enzimas que contenham um resíduo de serina em seus sítios ativos, entre elas a acetilcolinesterase, inativando-as. Esta, por sua vez, é responsável pela degradação de acetilcolina, um neurotransmissor. O acúmulo deste nas sinapses, resultado da inativação da acetilcolinesterase, provoca hiperestimulação colinérgica, com efeitos tóxicos para o sistema nervoso autônomo, sistema nervoso central e junções neuromusculares. Os efeitos danosos se caracterizam por sudação e vômitos seguidos de perda do controle muscular, sensação de opressão no tórax, convulsões e finalmente morte por asfixia. Em doses suficientemente altas, a morte é instantânea. Assim, com apenas uma gota na pele, o agente VX pode matar um homem em poucos minutos.

O tratamento imediato do contaminado consiste no bloqueio do receptor sobre o qual atua a acetilcolina, administrando-se atropina. Para recuperar a atividade da enzima acetilcolinesterase, no entanto, utiliza-se pralidoxima, que remove o inibidor (no caso, fosfato) do sítio ativo daquela proteína, através de ataque nucleofílico.

A seguir, os agentes de nervos mais conhecidos:
Tabun: o primeiro sintetizado, em 1936, por Gerhard Schrader, juntamente com o gás Sarin. Inativado por solução alcalina de carbonato de sódio. LD50: 400 mg.min/m3;
Sarin: O ataque mais famoso por gás sarin ocorreu em Tóquio, 1995, em um atentado terrorista no metrô, pela seita radical Verdade Suprema. Desse incidente resultou 12 mortos e 5000 feridos. O sarin pode ser utilizado como arma binária.
Seus precursores são metilfosfonil difluoreto e uma mistura de álcool isopropílico e isopropilamina. O sarin possui uma meia vida curta, durando apenas algumas semanas ou meses. Solubilidade: 1,2 g/m3 a 25 ºC; LD50: 100 mg.min/m3.
  • Soman: foi descoberto em 1944, por Richard Kuhn. Alta lipossolubilidade em membranas biológicas. Pode agir como contaminante por todas as vias de contaminação. Seus precursores são o metilfosfonildifluoreto, o álcool pinacolílico e uma amina. Volatilidade: 3 g/m3; LD50: 70 mg.min/m3.

  • VX: Desenvolvido em 1952 pela Unidade Experimental de Defesa Química de Porton Down, Wiltshire, Inglaterra. Agente asfixiante líquido, incolor, inodoro, solúvel em água e extremamente tóxico. Apresenta grande ação cutânea e a quantidade de 1 mg pode ser suficiente para matar. De modo geral, a aplicação cutânea pode incapacitar ou matar em poucas doses (15 mg/pessoa). Volatilidade: 10 mg/m3; LD50: 36 mg.min/m3.

Publicado por Bruno C. R. Amaral. Para referência, consulte:

http://www.quiprocura.net/armasq

http://pt.wikipedia.org/wiki/soman

http://pt.wikipedia.org/wiki/vx

http://pt.wikipedia.org/wiki/tabun

http://pt.wikipedia.org/wiki/sarin

http://www.den.ufla.br/professores/ronald/disciplinas/notas%20aula/impulso%20nervoso.PDF

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000500019&lng=in&nrm=iso&tlng=in

http://www.uepbcomvest.inf.br/concursos/vestibulares/vest2007/quifis.pdf

http://allchemy.iq.usp.br/pub/metabolizando/ba57005d.doc